Cirurgia refrativa a laser para correção de grau: quem pode fazer, benefícios e riscos

Cirurgia refrativa a laser para correção de grau: quem pode fazer, benefícios e riscos

Procedimento é um dos mais seguros da oftalmologia, dura poucos minutos, é indolor e pode corrigir diferentes problemas de refração  – Foto: Divulgação

A cirurgia refrativa a laser, também conhecida popularmente como cirurgia para correção de grau, é um dos procedimentos mais seguros na área da oftalmologia. Realizada em poucos minutos e com extrema precisão, ela devolve a qualidade da visão a pessoas que dependem de óculos ou lentes de contato.

O procedimento é capaz de corrigir erros refrativos como a miopia (dificuldade para enxergar de longe), hipermetropia (dificuldade de perto), astigmatismo (dificuldade de enxergar de longe e perto) e também a presbiopia (dificuldade adicional para enxergar de perto após os 40 anos).

Para passar pela cirurgia refrativa a laser, entretanto, é necessário que a pessoa corresponda a alguns pré-requisitos. Segundo o médico oftalmologista Rodrigo Marzagão, especialista no procedimento, a idade, intensidade do grau, a espessura e curvatura da córnea do paciente são apenas algumas das questões a serem analisadas.

“A cirurgia é indicada após a análise dos exames computadorizados para garantir a plena segurança da pessoa. Estando dentro dos parâmetros recomendados, ela consegue operar e aumentar sua qualidade de vida, tornando-se independente de óculos ou lentes”, afirma Rodrigo.

A seguir o oftalmologista explica detalhadamente como funciona a cirurgia refrativa a laser, para quem é indicada, quais os benefícios e riscos e como é a recuperação. Confira!

O que é e como é feita a cirurgia refrativa a laser

Procedimento é um dos mais seguros da oftalmologia, dura poucos minutos, é indolor e pode corrigir diferentes problemas de refração – Foto: Divulgação

A cirurgia para correção de grau é realizada por meio de um equipamento que emite um tipo específico de laser. Os raios de luz agem diretamente na córnea, que é a lente natural mais externa do olho, anterior à íris (parte colorida) e à pupila (parte preta central).

A córnea permite que a luz entre no globo ocular, além de ser a maior responsável pelo poder de foco do olho – função que ela divide em parte com o cristalino, localizado atrás da pupila.

Na cirurgia refrativa, o laser modifica o formato da córnea, com o objetivo de ajustar o foco da luz na retina e fazer com que a pessoa enxergue nitidamente, sem o uso de óculos ou lentes de contato.

O procedimento dura em torno de cinco minutos em cada olho, que podem ser operados no mesmo dia, e é indolor. O paciente é anestesiado por meio de colírios e não precisa ficar internado.

Segundo o oftalmologista Rodrigo Marzagão, existem atualmente ao menos três métodos mais comuns de cirurgia refrativa a laser. A escolha de qual realizar depende de cada paciente e das características de sua córnea. “Não existe necessariamente uma técnica melhor que outra e sim a mais indicada para cada caso. A segurança do paciente é sempre a nossa prioridade”, afirma.

Lasik, iLasik e PRK: 3 tipos de cirurgia refrativa a laser

A técnica Lasik é a mais convencional de todas e consiste em fazer um pequeno e muito fino corte em uma película da córnea para a aplicação do laser. Após o procedimento, a película é reposicionada no lugar e cicatriza naturalmente, sem pontos.

O principal risco dessa técnica ocorre no pós-operatório. Se a pessoa coçar ou esfregar os olhos, a película pode se mover e em alguns casos a cirurgia de correção de grau terá de ser refeita.

O método Lasik e iLasik são bastante parecidos. A principal diferença está no equipamento utilizado no pequeno corte feito na córnea. Enquanto no primeiro se usa um equipamento automatizado e super preciso, no segundo o corte é feito com um equipamento a laser.

Já na PRK não é realizado nenhum tipo de corte. Em vez disso, é retirado o epitélio, a camada mais superficial da córnea, para aplicação do laser. Após o procedimento, é colocada uma lente de contato gelatinosa no olho – que é removida em até sete dias – para proteger a área e aliviar o desconforto. O pós-operatório desta técnica costuma ser mais demorado.

Benefícios da cirurgia refrativa

A cirurgia refrativa a laser oferece às pessoas que optam por ela uma qualidade de vida muito maior – Foto: Divulgação

A cirurgia refrativa a laser oferece às pessoas que optam por ela uma qualidade de vida muito maior. Por meio de um procedimento extremamente seguro, rápido e eficiente, o paciente pode ter de volta a autonomia de realizar seus afazeres sem a necessidade do uso de óculos ou de lentes de contato.

“Há certas atividades cotidianas em que o uso de óculos ou lentes podem ser incômodas, como na prática de esportes aquáticos, banhos de mar, caminhadas, jogos, entre tantos outros. Normalmente, a pessoa lida com lentes embaçadas, ciscos que entram e incomodam, além do valor despendido com frequência em manutenção e troca”, exemplifica Rodrigo.

Pacientes com hipermetropia, por exemplo, podem não conseguir ler o rótulo de um shampoo ou condicionador na hora do banho. Embora as pessoas possam se acostumar com tais situações, elas podem ser facilmente resolvidas com a cirurgia de correção de grau.

“O custo-benefício da cirurgia é muito grande”, afirma o oftalmologista. Dependendo do caso, o procedimento tem valor correspondente a três ou quatro óculos, com a vantagem de ser definitivo. Além disso, em algumas situações pode ser realizado por planos de saúde.

“Pelos critérios da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), a cirurgia pode ser realizada pelos planos em pacientes com hipermetropia, com ou sem astigmatismo, até 4 graus e miopia igual ou superior a 5 graus, com ou sem astigmatismo até 4 graus”, explica Rodrigo Marzagão.

Para quem a cirurgia refrativa a laser é indicada

Para fazer a cirurgia de correção de grau é preciso que o paciente esteja dentro de alguns  parâmetros de segurança. Alguns deles são:

Idade

De acordo com o doutor Rodrigo Marzagão, a cirurgia é indicada para pessoas a partir dos 18 anos. Após os 50 anos, pode ser que outros procedimentos, como o implante de lentes intraoculares, sejam mais indicados. Entretanto, cada caso é único e avaliado individualmente pelo cirurgião.

Condições do globo ocular

Fora a idade, a condição geral da saúde do paciente e os exames pré-operatórios vão apontar se a cirurgia é ou não indicada. “Entre os exames solicitados estão aqueles que verificam a topografia da córnea, sua curvatura, espessura, além de mapear a região próxima e também as estruturas do fundo do olho”, orienta Rodrigo.

Segundo o oftalmologista, pessoas que tenham uma córnea muito fina, por exemplo, podem não ter a recomendação para este procedimento. Neste caso, um implante de lente intraocular poderia ser o mais indicado.

Intensidade e estabilidade do grau

Para o paciente fazer a cirurgia refrativa a laser é recomendável que seu grau esteja estabilizado por pelo menos um ano, dependendo do erro refrativo que ele tem e de sua idade.

“Mas é importante avaliarmos cada paciente de forma personalizada. Há casos em que, anos atrás, a pessoa não tinha indicação para a cirurgia devido à alguma condição sua. Agora, por conta de novas técnicas e equipamentos mais modernos é possível que ela já possa ser operada”, explica Rodrigo Marzagão.

Em geral, o procedimento consegue corrigir até 12 graus de miopia, 4 graus de astigmatismo e 6 de hipermetropia. É possível também corrigi-los de forma combinada. Entretanto, apenas por meio dos exames computadorizados que investigam especialmente a estrutura da córnea do paciente é que o cirurgião saberá o grau que pode ser corrigido com o uso do laser dentro do limite de segurança.

Nestes casos, o índice de sucesso passa dos 90% sem que o paciente precise fazer outra técnica corretiva. Ainda assim, existe uma pequena margem de casos em que a cirurgia não consegue corrigir totalmente o problema refrativo e a pessoa ainda tenha que utilizar óculos ou lentes de contato para certas atividades, como ler ou dirigir à noite, por exemplo.

Contraindicações

Pessoas com graus muito elevados como acima de 12 graus de miopia ou seis graus de hipermetropia, por exemplo, podem não ser indicadas para o procedimento, que tornaria a córnea do olho muito fina e não daria qualidade à sua visão.

A cirurgia refrativa a laser também não é indicada em pacientes que tenham ceratocone, glaucoma severo, entre outras doenças.

Quais os riscos da cirurgia refrativa a laser

“Todas as cirurgias apresentam riscos, mas esses riscos são controlados. Hoje eles não passam de 1% na cirurgia refrativa a laser, que é uma das mais seguras da medicina”, afirma o oftalmologista Rodrigo Marzagão.

O procedimento é bastante rápido, ainda mais se feito com equipamentos de última tecnologia, com a precisão necessária, e por um cirurgião experiente. Fora isso, cabe ao paciente tomar os devidos cuidados antes, durante e depois da cirurgia para que ela seja um sucesso.

Como é a recuperação da cirurgia

A recuperação da cirurgia de correção de grau varia de acordo com a técnica aplicada. Pacientes que operam com o método Lasik e iLasik tendem a ter uma recuperação visual mais rápida.

Rodrigo Marzagão explica que em geral o paciente recupera 90% da visão nas primeiras 24 horas depois do procedimento. Em no máximo dois dias de descanso, a pessoa pode voltar às suas atividades em ambientes fechados, como trabalho, estudos, atividades físicas leves e dirigir.

Neste tipo de método, entretanto, é muito importante que a pessoa não coce os olhos no primeiro mês após o procedimento para não deslocar a película que foi cortada.

Com a técnica PRK, o paciente não corre este risco, já que não há corte. Por outro lado, a recuperação costuma ser um pouco mais lenta. A pessoa leva de cinco a sete dias até ser liberada para as atividades profissionais e em torno de 15 dias para recuperar 90% da visão.

“Não há um método melhor que o outro. Ambos são extremamente seguros e eficientes e a escolha do que será utilizado vai ser feita pelo cirurgião, considerando os exames do paciente e seu estilo de vida”, comenta Rodrigo. Nas primeiras horas após a cirurgia refrativa a laser, a pessoa ainda pode ter uma sensação de corpo estranho no olho, leve ardência e lacrimejamento, o que ameniza logo com o uso dos colírios prescritos.

Independentemente da técnica usada, o paciente deve proteger bem os olhos com o uso de óculos escuros, evitar exposição à fumaça e ao vento. No primeiro mês após a cirurgia, ir à praia, entrar em piscina ou no mar e praticar esportes de contato, como futebol, não é recomendado. Depois disso, vida absolutamente normal.

Sobre Rodrigo Marzagão

Rodrigo Marzagão é formado em medicina pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) – Foto: Divulgação

Rodrigo Marzagão é formado em medicina pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com residência e especialização em oftalmologia pelo MEC e Conselho Brasileiro de Oftalmologia. É também membro da Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa ( BRASCRS).

Com 15 anos de experiência na área oftalmológica, já realizou mais de 12 mil procedimentos. Seu foco de atuação é em cirurgia refrativa a laser, cirurgia de catarata, implante de lentes intraoculares e blefaroplastia. Em Joinville desde 2008, atualmente atende em sua própria clínica, no Edifício Helbor Offices, no centro de Joinville.

Mais informações ou agendamento de consultas podem ser feitas pelo site ou pelo WhatsApp (47) 98877-7107.

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