Presságio: MP é contrário à defesa de ex-secretário para ver conversas antes do fim do processo

O MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) foi contrário ao pedido da defesa do ex-secretário do Meio Ambiente de Florianópolis Fábio Braga, de ter acesso às conversas do celular de outro investigado na Operação Presságio, Renê Raul Justino, ex-diretor de planejamento da Fundação Franklin Cascaes. A decisão aconteceu nesta quarta-feira (28).

Presságio: Fábio Braga não poderá ver todas as conversas antes do fim das investigações

Ministério Público foi contrário ao pedido da defesa de Braga que queria ver conversas antes do fim do processo – Foto: Édio Hélio Ramos/divulgação/ND

Nestas conversas foram revelados esquemas como o uso de pessoas em situação de rua para “trabalho” no estacionamento da Fenaostra, o pedido de emenda de vereador enquanto uma acusada viajava para Paris, e o envolvimento de atletas em supostos esquemas de propina, por exemplo.

Segundo o MPSC, ao contrário do que alega a defesa, o procedimento de extração de dados, bem como os relatórios policiais quanto às informações e dados obtidos, ainda não foram finalizados pela equipe de investigação. O que existe, até o momento, são dados preliminares obtidos da análise de um único aparelho celular – do investigado Rene Raul Justino.

O Ministério Público alega que por este motivo o pedido não deve ser atendido. Cabe agora à Justiça catarinense atender ou não à recomendação do Ministério Público.

Questionado, o ex-secretário Fábio Braga não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre a recomendação do Ministério Público. No entanto, anteriormente Braga disse que:

“A defesa de Fábio Braga, ex-secretário municipal de Meio Ambiente de Florianópolis, contesta as acusações que surgiram durante a Operação Presságio. Segundo a defesa, seu nome não é mencionado nos áudios e ele nega qualquer envolvimento com os investigados. Braga alega que assumiu o cargo após a contratação da empresa mencionada no inquérito e foi incumbido de gerir o contrato devido a uma reforma administrativa aprovada pela câmara de vereadores. Meu constituinte solicitou várias vezes a deflagração de processos licitatórios para o serviço em questão”, diz o advogado Gabriel Kazapi.

O que é a Operação Presságio

Em 2021 teve início a investigação, em virtude de crime ambiental de poluição que estaria ocorrendo pela empresa Amazon Fort em um terreno, adjacente à passarela Nego Quirido.

O contrato entre Amazon e Prefeitura de Florianópolis vigorou por 17 meses, sendo que R$ 29 milhões foi o total pago pela à empresa.

Com o andamento das investigações, a Polícia Civil encontrou indícios de outras ilegalidades em contratos públicos e repasses de dinheiro, envolvendo empresários, secretários de Florianópolis e servidores públicos, além de empresas e organizações, como a Amazon Fort e o Instituto Bem Possível.

Pedidos de afastamentos

  • Edmilson Carlos Pereira Junior (ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte de Florianópolis);
  • Fabio Gomes Braga (ex-secretário do Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano de Florianópolis);
  • Samantha Santos Brose (esposa de Ed Pereira e ex-assessora parlamentar do vereador Marquinhos)

Quais os crimes investigados

  • Crime ambiental de poluição;
  • Fraude à licitação;
  • Corrupção passiva e corrupção ativa;
  • Associação criminosa;
  • Lavagem de dinheiro.
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