Projeto da UFSC recebe investimento de R$ 2,4 milhões para cultivar bife em laboratório

A UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) iniciou um projeto que busca fabricar carne cultivada, a partir de células animais produzidas em laboratório. O estudo pioneiro, em parceria com a Embrapa, busca desenvolver peças de bife estruturadas que possam servir como alimento no mundo todo.

Na foto, bife em tiras ao lado de batatas assadas

Cientistas da UFSC estudam criação de carne em laboratório – Foto: Unsplash/Reprodução/ND

Bife em laboratório: estudo da UFSC busca criar alimento seguro e saudável

A iniciativa “Pesquisa e desenvolvimento de carne cultivada estruturada com scaffolds de origem vegetal”, tem como principal desafio simular os processos biológicos que ocorrem naturalmente na carne.

Para isso, a equipe de pesquisa, liderada pela professora Silvani Verruck, do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFSC, vai estudar o uso de “scaffolds” – também chamadas de estruturas de suporte – de origem vegetal.

Bife de hambúrguer cru

Bifes de origem vegetal podem ser uma alternativa mais saudável e sustentável, segundo pesquisadores – Foto: Unsplash/Reprodução/ND

O projeto do ‘bife’ de laboratório recebeu financiamento de R$ 2,4 milhões da agência pública Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e será desenvolvido ao longo de 3 anos.

“Já temos pesquisas com biomateriais e caracterização de produtos cárneos desde que o departamento existe, mas com a aplicação específica em carne cultivada é nosso primeiro projeto e começamos no final do ano passado”, explica a coordenadora do projeto e professora da UFSC.

Inovação e tecnologia

A técnica utiliza métodos de cultura celular e biofabricação para gerar tecidos com alto valor nutricional.

Peça de picanha assada em cima de travessa. Ao lado, pote pequeno de molho e empanados

Ideia é que alimento fabricado em laboratório seja parecido com a carne de origem animal – Foto: Unsplash/Reprodução/ND

A carne cultivada oferece uma série de vantagens, como a redução do impacto ambiental e a produção em ambientes controlados, livres de agrotóxicos e antibióticos. Para isso, serão utilizadas bioimpressão 3D para reproduzir as células musculares como nas carnes de origem animal.

Os cientistas estão empolgados com o potencial da pesquisa e acreditam que o projeto pode abrir caminho para a produção de carne cultivada em larga escala no futuro.

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