No Figueirense, nova gestão quer ‘arrumar a casa’ antes de pensar em acesso

O Figueirense apresentou o novo diretor de futebol, Marco Aurélio Cunha, e o novo CEO da SAF, Enrico Ambrogini nesta sexta-feira (8). Em entrevista coletiva realizada no memorial do estádio Orlando Scarpelli, ambos garantiram um trabalho de longo prazo – embora já adiantem a contratação de 12 atletas para compor o elenco principal do Alvinegro.

Nesta sexta-feira, apresentados os novos caras do Futebol alvinegro. – Foto: Eduardo Pauli / FFC

Marco Aurélio, que já conhece o clube de outros carnavais, é enfático ao dizer que no futebol “ninguém tem certeza de nada”. No entanto, acredita que o momento seja de arrumar a casinha no Estreito – pagar salários, principalmente, para a partir daí pensar em objetivos maiores.

“Você vai melhorando, melhorando, e a hora chega. Mas se sempre errar, sempre for por caminhos tortuosos, trocar cinco treinadores no ano, mandar a metade do elenco embora, não vai dar certo nunca. Vamos trabalhar para que chegue a hora certa, que pode ser daqui um, dois, três anos, mas nós vamos chegar”.

Para começar os trabalhos, o novo dirigente c, que serão apresentados na segunda-feira e “cabem no orçamento” do Figueirense. Ainda segundo ele, o processo de contratações da dúzia passou por aval do técnico João Burse – além de conversas com José Carlos Lages e Lucas Lages.

“Nada funciona sem salário pago”, diz Marco Aurélio, que promete colocar as dívidas do clube em dia – Foto: Eduardo Pauli / FFC

Em nota, o Figueirense afirmou que Lucas continua fazendo a frente das negociações durante o período de transição, considerado “importantíssimo” pelos investidores da Clave. Marco Aurélio, por vez, agradece o legado deixado e diz que o contato com a família Lages não será cortado – embora, findada a transição, a nova gestão tenha autonomia na condução do Futebol.

“Quero deixar claro que o Lages fez muitas coisas nas horas difíceis. Ele, agora, se despede e certamente será um amigo que quando precisar falar, nós falaremos. Jamais vamos desmerecer o trabalho que ele fez. Mas não dá pra falar que um cara que se dedicou vai ser excluído. Não se joga fora o passado, o passado tem que aproveitar. Nós estamos assumindo o departamento e nós vamos contratar os jogadores”.

O Figueirense e o alvinegro

Parte do projeto de retorno do Figueirense ao lugar que o clube merece está na recuperação da relação com o machucado torcedor alvinegro. Ambrogini, CEO, afirma que estuda a maneira com que essa aproximação pode ser melhor realizada, mas adianta que as portas do Scarpelli estarão “sempre abertas” à torcida.

Ambrogini de olho na confiança da torcida do Figueirense- Foto: Eduardo Pauli / FFC

Marco Aurélio dá mais detalhes. Ele afirma que jogadores experientes podem criar vínculo – um elo entre o campo e a arquibancada, mas não aposta apenas nisso para montar o elenco do ano que vem. “O jogador tem que correr. Quem correr, joga no Figueirense”, diz.

Conselheiro vitalício no São Paulo, Marco Aurélio afirma que a solução para a criação da identidade entre clube e torcida é diferente do tricolor paulista. Por lá, não é incomum que ídolos retornem para ocupar cargos estratégicos no Futebol. Aqui, o negócio será diferente.

“Nunca achei que ídolo resolvesse o trabalho estrutural do clube. Ele nos dá experiência, nos dá receitas de marketing, mas hoje o futebol está muito técnico. As pessoas que trabalham na base têm que ter um conhecimento muito grande, fazer as academias, licenças”.

“Não é porque é ídolo que será um funcionário bom em determinado setor. A parte estrutural de formação de jogadores tem que ter conhecimento, pedagogia, formação acadêmica. E como é que você demite um ídolo? Contratar um ídolo é muito bom. Demiti-lo é impossível”, finaliza.

 

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