Hotel ‘mal-assombrado’ de SC seguirá ‘sem dono’ após leilão milionário

Mesmo após dois leilões milionários nos valores de R$ 54 e R$ 50 milhões, o hotel na praia de Itapirubá, em Laguna no Sul de Santa Catarina, deve seguir sem um novo dono. Isso porque ninguém à altura se interessou pelo antigo resort luxuoso.

Agora em ruinas, o hotel fundado em 1978 já foi um resort luxuoso com mais de 200 apartamentos, cinema, boate, bares, salões de reuniões e conferências, além de lojas e sauna, garagem, piscina, quadras de tênis e outra polivalente, refeitório para funcionários, rouparia além de casa de máquinas.

Sem interessados também no 2° leilão que ocorreu na manhã da última segunda-feira (4), a leiloaria responsável pela venda de um resort hotel na praia de Itapirubá, foi em busca de uma nova estratégia e passou a receber propostas por e-mail.

Entretanto, apesar de receber algumas propostas irrisórias, o hotel aparentemente deve seguir sem um novo dono. A estrutura de quase 60 mil metros² com 15 mil m² de área construída está avaliada em mais de R$ 50 milhões.

De luxuoso a mal-assombrado: a história do hotel Itapirubá

Desde 1978 para 2023 o antigo hotel Itapirubá, coleciona histórias, lendas macabras e diferentes donos e gestões. A pergunta central é como uma estrutura tão gigantesca e luxuosa, foi parar em ruínas abandonadas sem nenhuma gestão?

Para responder esta dúvida central, o ND+ ouviu Orlando Becker, um dos proprietários do hotel de setembro de 2002 a dezembro de 2004. O resort foi inaugurado em 1978 pelo Grupo Battistela SA como primeiro hotel de grande porte pé na areia do litoral de Santa Catarina.

“Atualmente se encontra vazio, inativo e completamente depredado. Parece um hotel fantasma!”, menta Orlando. No fim dos anos 90, o hotel Itapirubá acabou sendo tomado pelo Banco Sudameris como pagamento de uma dívida não paga pelo Grupo Battistela.

Mais tarde, em julho de 2002, o então proprietário do Hotel Fazenda Jomar, de Santo Amaro da Imperatriz, Orlando Becker, adquiriu o imóvel diretamente do banco, e assumiu a operação, e aos poucos foi reformando o hotel.

O hotel foi tendo vida normal, com aumento de hospedes e captação de eventos, até que, em dezembro de 2004, Orlando Becker, depois de uma oferta irrecusável, vendeu o imóvel Hotel Itapirubá para um empresário e vídeo maker.

“Aí começou a parte verdadeiramente espetacular da história. Sem nenhuma experiência em hotelaria, o novo dono tratou de turbinar o hotel, contratando executivos, empregados de hotéis de outras cidades, inchou a folha de pagamento, não pagou o financiamento do banco, de tal maneira que em 12 meses quebrou e foi à falência”, conta Orlando.