Afinal, o que o deputado está fazendo é pra ajudar ou atrapalhar?

Se depender das forças empresariais interessadas na melhoria da infraestrutura viária, nos não simpatizantes do MDB de Içara e de outros líderes do Sul de SC, o deputado estadual Volnei Weber (MDB), pode ficar com a pecha de que não quer a realização de obras na região carbonífera. Óbvio que nesta introdução tem um exagero e não há uma única verdade, mas fica parecendo que se constata tudo apenas um movimento político. Ideia essa que ganha corpo após a realização de uma audiência pública, que discutiu a conclusão da obra de duplicação da SC-108, em Içara, no Sul de SC.

Audiência pública rediscute traçado de rodovia no Sul de SC. – Foto: sc-108

Esta audiência aconteceu quinta-feira (23) da semana passada. Foi convocada pela Assembleia Legislativa, mas só o deputado Volnei Weber participou. Ele e o colega de partido, também deputado do MDB e agora Secretário de Estado da Infraestrutura, Jerry Comper.

Deve se dizer que a iniciativa não é do deputado, mas de um grupo de pessoas afetadas pela obra. Embora o período do debate sobre o seu traçado tenha sido superado, há quem ainda busca a rediscussão do traçado. O deputado Weber apenas provocou este novo debate.

Por entenderem que se trata de um movimento cujo interesse é político eleitoral local, a oposição municipal de Içara – leia-se MDB – nem membros do governo, nem tão pouco líderes empresariais e outros possíveis interessados, compareceram à audiência. Esvaziaram-na.

Na audiência o secretário Jerry Comper anunciou que a obra será rediscutida, inclusive o valor. O fato mais grave, entretanto, ocorreu quando o gabinete da Secretaria de Estado da Infraestrutura, anunciou a suspensão de uma audiência marcada para discutir já uma segunda etapa desta obra. Ora, se a primeira está colocada sob suspeita, como realizar o debate sobre nova etapa?

Naturalmente a sucessão de fatos está criando um cenário desagradável ao deputado, cuja intenção é o de oferecer, a um determinado segmento da sociedade, o direito de rediscutir o assunto. Não é o que parece ser entendido pela maioria, pois ela associa este movimento como algo aliado à oposição municipal, cujo interesse seria o de evitar que o município tenha obras neste período.

Infelizmente o que fica ao entendimento da massa é o que o parece e não o que é. O deputado terá dificuldade para explicar que o que está fazendo é apenas o papel de representante da sociedade e não o de aliado de um grupo de oposição na cidade, que está usando os interesses de alguns comerciantes afetados pela obra, para impor dificuldades ao governo municipal.

Se há suspeita do interesse de um lado, o esvaziamento da audiência pública oferece a interpretação de que o inverso é verdadeiro. E agora, quem tem razão?

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