Fuga, email falso, tráfico e dinheiro vivo: as acusações contra Renato Cariani

Uma série de revelações vieram à tona entre esta terça e quarta-feira (13) sobre as suspeitas por tráfico de drogas envolvendo o influenciador fitness Renato Cariani e a “Anidrol Industria Quimica LTDA”, empresa pivô do escândalo, da qual Cariani é sócio.

Renato Cariani é investigado pela PF

Empresa em que Cariani é sócio é alvo de operação da PF – Foto: @renato_cariani/Instagram/Reprodução/ND

Segundo a investigação, toneladas de insumos eram deliberadamente desviadas para a produção de drogas, dentre elas o crack. As substâncias eram encaminhadas para Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Nesta terça-feira (13), PF (Polícia Federal) cumpriu mandados de busca nos endereços dos sócios, dentre eles Renato Cariani.

O influenciador veio a público e afirmou, ainda pela manhã de terça, que não sabia de nada. “É um processo que não sei sobre, pois corre em segredo de justiça”, disse Cariani.

“Todos os sócios foram alvos de mandado”. “A [empresa] que está sofrendo investigação, foi fundada em 1981, tem mais de 40 anos de história, é linda”, afirmou.

Renato Cariani ‘sabia de tudo’, afirma PF

Ao UOL, o delegado Fabrizio Galli afirmou que Renato Cariani e seus sócios tinham “conhecimento pleno” do desvio – não haveria “cegueira deliberada”, portanto.

“Há diversas informações bem robustas nas investigações que determinam a participação de todos eles de maneira consciente”, enfatizou Galli.

“Dinheiro vivo”

As investigações começaram após a AstraZeneca estranhar o nome da empresa em notas fiscais referentes à depósitos de R$ 212 mil que teriam sido feitos à Anidrol. Então, a farmacêutica denunciou o caso à Polícia Federal, ainda em 2019.

A empresa foi notificada dois antes pela Receita Federal, que questionou supostos repasses da farmacêutica à Anidrol. Os fatos foram revelados pelo Metrópoles. Segundo a Polícia Federal, a empresa investigada forjou emails para forjar a participação da AstraZeneca.

Lucro de R$ 3,7 mi

O Ministério Público de São Paulo estima que a Anidrol lucrou ao menos R$ 3,7 milhões referente aos repasses ao tráfico de drogas. A investigação identificou 60 vendas fraudadas de lidocaína, fenacetina e manitol. A PF estima a produção de 15,8 toneladas de cocaína ou 12,2 toneladas de crack

“O produto investigado foi efetivamente desviado e efetivamente esses produtos químicos de alguma forma foram usados para adulteração e ampliação da droga, que entrou em circulação em território nacional”, afirmou o delegado Fabrizio Galli ao Estadão. As organizações criminosas que adquiriram insumos estão sendo identificadas.

Fuga policial

Conforme apuração do Metrópoles, Cariani tinha ciência de que era monitorado pela PF. A investigação aponta que o investigado disse para a sócia em uma das conversas:

“Poderemos trabalhar no feriado para arrumar de vez a casa e fugir da polícia”. Mesmo sabendo da investigação, ele continuava emitindo notas falsas.

 

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