Ano difícil: Fiesc prevê obstáculos para crescimento econômico de SC em 2024

O balanço anual da Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina) apresentado nesta quarta-feira (13) mostrou o crescimento econômico da indústria em Santa Catarina em 2023. No entanto, o próximo ano deve ser de obstáculos, de acordo com expectativa da federação.

Trabalhador utilizando ferramenta de solda na indústria

Um dos itens mais exportados por SC em 2023 foi o motor produzido nas indústrias locais – Foto: Daniel Wiadro/Unsplash/Reprodução/ND

Os números foram divulgados durante uma coletiva de imprensa na sede da Fiesc, em Florianópolis. O presidente da federação, Mario Cezar de Aguiar, relembrou alguns aspectos positivos ao longo deste ano, mas apontou o impacto dos eventos climáticos que atingiram Santa Catarina nos últimos meses.

“Fomos afetados pelas cheias em uma unidade nossa em Rio do Sul, o que vai nos obrigar a abandonar aquela unidade e fazer uma nova, dado às condições que temos visto nas mudanças climáticas”, revelou Aguiar.

Crescimento econômico em SC

Santa Catarina se tornou uma das 14 UFs (Unidades Federativas do Brasil) que apresentou grande crescimento econômico, com resultado 4,8% acima da média nacional em 2021.

O balanço divulgado pela Fiesc nesta quarta-feira mostrou que, em 2021, SC ficou em 3º lugar na lista das UFs com maior PIB (Produto Interno Bruto) per capita do país – com R$ 58,4 mil -, atrás apenas do Distrito Federal e do Mato Grosso do Sul.

“Estamos com uma participação bastante significativa e que vai crescendo ao longo dos anos”, pontua o presidente da federação.

Cenário estadual

  • Geração de empregos na indústria: 4º maior saldo do país. Foram 32,1 mil empregos formais na indústria em 2023 (dados de janeiro a outubro)
  • Desemprego em SC representa menos da metade da média do Brasil, que é de 8,2%; em Santa Catarina é de 3,6%
Tabela do balanço da Fiesc do crescimento econômico em SC em 2023

Santa Catarina tem taxa de informalidade mais baixa e maior rendimento médio do trabalho – Foto: Fiesc/Divulgação/ND

Importações e exportações

Para a Fiesc, a balança comercial de Santa Catarina tem como cultura o comércio internacional, que é parte importante no resultado final do crescimento econômico.

“A China tinha sido o principal importador [de SC], depois passou a ser os Estados Unidos. Nós estamos exportando muito painéis de madeira, blocos, cabeçotes e motores, e certamente, os principais são a carne de frango e a carne suína. A proteína animal ainda é o carro-chefe”, explicou o presidente da Fiesc.


De janeiro a novembro de 2023, Santa Catarina importou US$ 26 bilhões, número considerado o segundo maior da série histórica  - Fiesc/Divulgação/ND

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De janeiro a novembro de 2023, Santa Catarina importou US$ 26 bilhões, número considerado o segundo maior da série histórica – Fiesc/Divulgação/ND


Mesmo com a desaceleração econômica de alguns dos principais parceiros econômicos de SC, o Estado também teve o segundo maior montante exportado na série histórica, assim como nas importações - Fiesc/Divulgação/ND

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Mesmo com a desaceleração econômica de alguns dos principais parceiros econômicos de SC, o Estado também teve o segundo maior montante exportado na série histórica, assim como nas importações – Fiesc/Divulgação/ND

Relações econômicas entre Santa Catarina e Argentina

O levantamento da Fiesc aponta a Argentina como um dos principais destinos dos produtos catarinenses e com um novo representante no país, a federação espera “incrementar as relações comerciais” com a Argentina.

Presidente da Fiesc Mario Cezar de Aguiar falando em frente a uma parede ripada marrom. Foto mostra homem idoso sentado falando

Presidente da Fiesc Mario Cezar de Aguiar falou sobre as expectativas das relações econômicas para 2024 – Foto: Fiesc/Divulgação/ND

“É muito cedo para falar ainda […] Talvez a gente tenha essa possibilidade de incrementar as relações comerciais com o país, já que ele sempre foi um parceiro comercial, econômico, importante para Santa Catarina”, defendeu  Aguiar.

Futuro comercial

Para 2024, a Fiesc espera conseguir diminuir a insegurança de empresários catarinenses e fortalecer os caminhos comerciais, mas ainda assim, as perspectivas não são tão positivas.

“Sou sempre muito otimista, mas olhando para esse cenário de incertezas, teremos um ano difícil pela frente, algumas discussões no Congresso Nacional são preocupantes. Nós estamos em um país com custo de produção elevado e há toda uma movimentação para não reduzir esse custo”, alertou o presidente da Fiesc.

Desafios apontados pela Fiesc para 2024:

  • Cenário externo desafiador
  • Desaceleração econômica
  • Juros em patamares elevados
  • Incerteza em relação à política fiscal
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