Operação da PF em Florianópolis mira doleiros que movimentaram R$ 4 bi em empresas de fechada

A Polícia Federal realiza nesta quarta-feira (22) a Operação Recidere, que investiga supostos doleiros investigados por cometer crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, utilizando empresas de fachadas, de acordo com a PF.

Ao todo, 21 mandados de buscas em apreensão são cumpridos em Florianópolis e em outras quatros cidades de São Paulo: capital, Barueri,  São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Mogi Guaçu. A força-tarefa tem como alvo 16 pessoas físicas e cinco pessoas jurídicas.

mandados de buscas em apreensão são cumpridos em Florianópolis e em outras quatros cidades de São Paulo:

Operação da Polícia Federal para prender suspeitos de terrorismo no Brasil – Foto: PF/Divulgação/ND

A Polícia Federal aponta indícios de crimes como operações de evasão de divisas, fraudes em contratos de câmbio e operações irregulares de instituições financeiras. A Operação é realizada em conjunto com a Receita Federal.

“Os principais investigados, conhecidos em território nacional pela alcunha de ‘doleiros’, se dedicaram, por anos, a operar esquema financeiro paralelo, atendendo clientes que buscam mover, no anonimato, grandes volumes de recursos”, destaca a PF.

Para tanto, os investigados utilizavam empresas de fachada, cujos sócios são interpostas pessoas (conhecidas como “laranjas”), para abrir contas bancárias e movimentar recursos de clientes do esquema criminoso. Os ativos, muitas vezes, eram enviados ao exterior (evasão de divisas).

As remessas ilícitas ao exterior, que configuram o crime de evasão de divisas, eram operacionalizadas por diversos meios distintos tais como dólar-cabo, importações simuladas ou superfaturadas e a utilização de criptoativos.

No que tange às operações fraudulentas de comércio exterior, foram identificados indícios de  participação de intermediador cambial e despachante aduaneiro.

Criminosos são reincidentes, aponta PF

O nome da operação, Recidere, significa reincidência, repetir o ato, e foi adotado em razão da insistência de alguns dos investigados em continuar praticando os mesmos delitos, mesmo após serem objeto de outras investigações policiais e um deles inclusive firmar acordo de colaboração premiada perante o Supremo Tribunal Federal.

A soma das penas dos crimes constatados durante a investigação, todos contra o Sistema Financeiro Nacional, pode chegar a 26 anos de prisão, sendo eles: gerir fraudulentamente instituição financeira, operar sem autorização instituição financeira, inclusive de câmbio; usar falsa identidade para realização de operação de câmbio e evasão de divisas.

No total, 94 policiais federais e 52 servidores da Secretaria da Receita Federal do Brasil participam da deflagração.

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