SC deve ter ‘boom’ de 2 mil casos de câncer de cólon e reto em 2024; aprenda a se prevenir

Santa Catarina deve enfrentar um aumento significativo nos casos de câncer de cólon e reto em 2024. As estimativas, baseadas em dados do Ministério da Saúde, apontam para 2.470 novos casos em todo o estado, com 230 apenas em Florianópolis.

Câncer de cólon retal cresce em Santa Catarina

Câncer de cólon retal registra aumento em Santa Catarina – Foto: Unsplash/Divulgação/ND

Sem considerar o câncer de próstata e o de mama feminina, o câncer de cólon e reto ocupam a segunda posição entre os tipos mais comuns de câncer tanto em homens quanto em mulheres no Brasil.

Durante o mês de conscientização e prevenção do câncer colorretal, o médico gastroenterologista Nelson Carthcart Jr destaca a importância de não esperar pelos sintomas para realizar exames preventivos.

Segundo o especialista, assim como ocorre com outros tipos de câncer, como o de mama e colo do útero, é fundamental realizar exames de rotina, como a colonoscopia, independentemente de sentir algum desconforto. Isso porque a detecção precoce e a remoção de lesões pequenas podem impedir o desenvolvimento da doença.

A campanha de conscientização deste ano, promovida pela SOBED (Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva), SBCP (Sociedade Brasileira de Coloproctologia) e FBG (Federação Brasileira de Gastroenterologia), destaca a importância da parceria entre médico e paciente na prevenção desse tipo de câncer.

O médico especializado em doenças gastrointestinais ressalta que a colonoscopia, um exame preventivo, não causa dor e é seguro.

Recomenda-se que a população em geral, especialmente aqueles com histórico familiar de câncer, doenças inflamatórias intestinais, ou sintomas como sangramento ou dor abdominal, inicie o exame entre os 45 e 50 anos.

Esse exame pode identificar e remover pólipos, potenciais precursores do câncer colorretal.

Prevenção da doença

Além disso, o especialista enfatiza que a detecção precoce do câncer de intestino oferece uma alta taxa de cura, acima de 95%. Fatores de risco como sedentarismo, obesidade, consumo de álcool e tabaco, e uma dieta pobre em fibras, frutas e vegetais podem aumentar a chance de desenvolver a doença.

Câncer de cólon retal tem aumento em Santa Catarina

Câncer cólon retal tem aumento em Santa Catarina – Foto: Reprodução/Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica

Para prevenir, ele sugere a prática de atividade física, uma dieta rica em fibras e limitação no consumo de carne vermelha, álcool e cigarro.

O tratamento para o câncer colorretal varia dependendo do estágio da doença, podendo envolver cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Mesmo em estágios avançados, as taxas de cura ainda são encorajadoras.

Diferença entre câncer de intestino e câncer de cólon e reto

De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer de intestino é um termo genérico usado para descrever qualquer câncer que se desenvolva no intestino grosso (cólon) ou no reto.

Por outro lado, o câncer de cólon e reto refere-se especificamente aos cânceres que se originam no cólon (parte do intestino grosso) e no reto (a porção final do intestino grosso que se conecta ao ânus).

Portanto, a principal diferença está na localização anatômica do câncer. O câncer de cólon afeta o cólon, enquanto o câncer retal afeta o reto. No entanto, ambos são frequentemente agrupados e tratados de forma semelhante devido à sua proximidade e às semelhanças nos sintomas e tratamentos.

Homens registram mais a doença

Os homens são a parcela da população de Santa Catarina com maior número de óbitos em função do câncer colorretal – ou câncer de intestino. É o que diz o Boletim do Câncer em Santa Catarina, elaborado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) do Estado. No mês de Prevenção da doença, o Março Azul, a taxa de mortalidade de 11,8 para cada 100 mil homens acende um alerta.

De acordo com o Boletim, em comparação com as mulheres, a mortalidade entre os catarinenses é 14% maior. A incidência de mortes por câncer de intestino entre o sexo feminino é de 10,4 a cada cem mil mulheres.

A razão para para estes números têm forte relação com o estilo de vida, de acordo com o médico proctologista Gustavo Becker.

“Tem um importante fator comportamental, os homens consomem mais álcool e tabaco que as mulheres, descuidam mais da alimentação e buscam menos por exames diagnósticos, que são o melhor recurso para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de intestino.”, informa o especialista.

Regiões com maior incidência da doença

O Boletim da Dive também levantou os dados relacionados à doença em Santa Catarina entre os anos de 2018 e 2022. Nesse período, cerca de 4.780 homens foram diagnosticados com câncer de intestino. Um número 2,3% maior de casos em relação às 4.670 mulheres também diagnosticadas com a doença no Estado.

Entre as regiões de SC, o Meio Oeste é a que se destaca com as mais altas taxas de mortalidade masculina por câncer colorretal (27,2), seguida pela região do Alto Uruguai (17,4) e a Serra Catarinense (14,6).

As regiões Meio Oeste (20,6) e Serra Catarinense (11,9) concentram também o maior número de mortes femininas por câncer de intestino. Mas no caso delas, a segunda região com alta taxa de mortalidade no Estado é a da Grande Florianópolis (12,8).

A estimativa do Inca (Instituto Nacional de Câncer) para o triênio 2023-2025 indica 483.590 novos casos de câncer ao ano no país. Desses, 239.430 em homens e 244.160 em mulheres, sendo o câncer de intestino o segundo mais diagnosticado na população.

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