Operação Brianski: como funcionava esquema que dava vida de luxo a russos em Florianópolis

Carros de luxo, uma cidadania brasileira quase completa e um esquema de lavagem de dinheiro que gira em torno de R$ 40 milhões. Foi isso que a Polícia Federal identificou por meio da Operação Brianski deflagrada nesta terça-feira (27), que teve como alvo suspeitos que residiam também em Florianópolis.

Operação Brianski mirou em grupo criminoso com russos e brasileiros

Operação Brianski desbancou criminosos em Florianópolis – Foto: Divulgação/PF/ND

O grupo criminoso formado por russos e brasileiros está sendo investigado por lavagem de dinheiro, utilizando recursos provenientes de crimes cometidos na Rússia, que são convertidos em criptomoedas e, posteriormente, em reais brasileiros.

De acordo com a PF, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em Florianópolis, dois em Goiânia (GO) e dois em Eusébio (CE).

Segundo vídeos da operação divulgados pela PF, durante o cumprimento dos mandados, a polícia encontrou casas e apartamentos luxuosos, além de carros de alto padrão, como os modelos Volvo C40 e 8 Ultimate 2023, e Tesla Model X Performance 2020, evidenciando um estilo de vida que ostentava riqueza em Florianópolis.

Além disso, foram encontrados passaportes, cofres, documentações e decorações dignas de um filme.

Veja as imagens:

Operação da Polícia Federal em Florianópolis – Vídeo: Divulgação/PF/ND

O que é a Operação Brianski?

De acordo com a PF, as investigações se iniciaram a partir de informações sobre a presença de cidadãos russos em Florianópolis, supostamente desfrutando de recursos provenientes de atividades criminosas em seu país de origem. Descobriu-se que os principais investigados tinham antecedentes criminais na Rússia por delitos como fraude e tentativa de roubo.

Após estabelecerem residência no Brasil, os suspeitos passaram a integrar quadros societários de empresas e adquirir bens, parte deles mediante pagamentos vultosos em espécie.

Como funcionava o esquema

O esquema de lavagem de dinheiro contou com a participação de brasileiros sediados em Goiás, responsáveis pela operacionalização dos recursos provenientes das transações com criptomoedas.

As transações financeiras, segundo as apurações, tinham origem em transações com criptomoedas. Os criptoativos eram inicialmente recebidos em contas de exchanges e posteriormente convertidos em moeda nacional.

Esses fundos, então, eram transferidos para as contas dos suspeitos estrangeiros no Brasil, de seus parentes e empresas associadas.

Além disso, uma parcela significativa desses recursos foi direcionada para aquisições de bens de alto valor, como imóveis de luxo e automóveis, muitos dos quais registrados em nome de terceiros.


Dinheiro apreendido em Florianópolis  - Divulgação/PF/ND

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Dinheiro apreendido em Florianópolis – Divulgação/PF/ND


Dinheiro apreendido no Ceará  - Divulgação/PF/ND

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Dinheiro apreendido no Ceará – Divulgação/PF/ND


Criminosos levavam vida de luxo em Florianópolis  - Divulgação/PF/ND

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Criminosos levavam vida de luxo em Florianópolis – Divulgação/PF/ND

Dentre os principais alvos da operação, destacam-se dois russos, cujos antecedentes criminais em seu país de origem adicionam uma nova camada de complexidade ao caso.

Um dos investigados foi condenado por fraude em 2015, enquanto outro teve participação em um caso de roubo no mesmo período.

Ambos conseguiram ingressar no Brasil em momentos distintos e seguiram trâmites legais para obtenção de residência e, no caso de um deles, até mesmo nacionalidade brasileira.

A PF alertou em nota que o crime de lavagem de dinheiro, objeto da investigação, prevê pena de até 10 anos de reclusão e multa, evidenciando a gravidade das acusações e a necessidade de punição rigorosa aos envolvidos.

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