Ex-namorada e mais cinco vão a júri por morte de advogado em Florianópolis

A 2ª Câmara Criminal do TJSC confirmou o júri popular dos seis acusados pelo assassinato do advogado Carlos Eduardo Martins Lima, registrado em março de 2022, durante o Carnaval de Florianópolis. Um dos acusados é Janaína Ribeiro, ex-namorada da vítima, apontada pelo Ministério Público como a mandante do crime. Ainda não há data para o julgamento.

Homicídio contra advogado

Quatro homens são acusados de agredir e matar Eduardo por meio de golpes de faca, garfo e um moedor de carne a mando de sua ex-companheira, com o pretexto de vingança pela violência doméstica que sofria.

O crime foi orquestrado por seis pessoas, os quatro executores do homicídio, a ex-namorada, e um sexto indivíduo. Parte do grupo e a vítima eram conhecidos de outras datas festivas que passaram juntos.

O assassinato ocorreu em março de 2022, quando o casal, recém chegado do Rio Grande do Sul, passava o Carnaval em Florianópolis. A vítima já havia defendido dois dos envolvidos de acusações de tráfico de drogas.

Por meio de uma emboscada, com a desculpa de que iriam buscar cocaína, a vítima e três dos acusados dirigiram-se para a casa de um deles e lá começaram as agressões com socos e objetos cortantes.

Ainda com o advogado vivo, colocaram-no no porta malas do de seu próprio carro, uma BMW, mas, como ele se debatia muito, acabou transportado no banco de trás do veículo e abandonado em um bairro vizinho.

Sem vida, seu corpo foi encontrado apenas na manhã do dia seguinte no bairro Rio Vermelho, no Norte da Ilha.

Durante a execução do homicídio, a mandante, sua empregada doméstica e o sexto acusado permaneceram em outro local, para onde o quarteto voltou após a consumação do crime.

A ex-namorada da vítima ainda deu suporte aos executores ao fornecer roupas limpas da vítima e produtos de limpeza para remover o sangue do veículo.

Na ocasião da prisão, a defesa de Janaína diz que ela não participou diretamente do crime.

Advogado de Janaina Ribeiro, suspeita da morte de Carlos Eduardo – Vídeo: NDTV/Divulgação/ND

Acusações

Além do crime de homicídio, os quatro homens que participaram das agressões também são acusados de roubo, pois aproveitaram-se da vulnerabilidade da vítima para roubar o tênis que usava no momento do crime, um celular e uma corrente e uma pulseira de ouro.

O roubo dos itens foi avaliado em pouco mais de R$ 19 mil e posteriormente os pertences foram comercializados no Centro da Capital. Além disso, os acusados ainda usaram o cartão da vítima para abastecer e fazer compras depois do delito.

Quem era o advogado?

O advogado criminalista Carlos Eduardo Lima, de 31 anos, nasceu em Bagé, na região Sul do Rio Grande do Sul, e trabalhava em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre.

O homem era conhecido pela ‘ostentação’ na internet, condição que ficou nítida ao frequentar baladas de luxo e Florianópolis durante o Carnaval de 2022, como no bairro de Jurerê In. Antes de morrer, ele relatou estar sofrendo ameaças por atuar junto a integrantes de organizações criminosas.

O corpo do advogado foi localizado em via pública, com sinais de ferimento por arma de fogo na altura da cintura. O carro da vítima, uma BMW 2021 branca, foi localizado no mesmo dia após o homem ter desaparecido, no bairro Rio Vermelho.