Quem é Matheus Possebon, empresário de Alexandre Pires preso em operação da PF

Preso preventivamente durante uma operação que investiga o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, o empresário Matheus Possebon, responsável pela carreira do cantor Alexandre Pires, também investigado, agencia outros grandes nomes da música brasileira. O grupo em que ele atua opera teatros e casas de espetáculo ao redor do país, além de realizar turnês e do trabalho de agenciamento de artistas.

Matheus Possebon teve carreira artística antes de virar agente – Foto: Internet/Reprodução/ND

Entre os cantores e influenciadores agenciados por Matheus Possebon, além de Alexandre Pires, estão Ana Carolina, Daniel, Jota Quest, Luccas Neto, Munhoz e Mariano, Raça Negra e Seu Jorge. A Opus Entretenimento também é responsável pelos grupos KLB, Roupa Nova e Só Pra Contrariar, além da atração “Cabaré”, show que reúne Leonardo e Bruno e Marrone.

Matheus passou a fazer parte da empresa como um dos executivos em 2019, momento em que a instituição passou a se chamar Opus Entretenimento e a trabalhar com o novo segmento de agenciamento artístico. Até então, a empresa atuava somente na parte de produção de shows e espetáculos, além da administração de espaços de eventos ao redor do país.

Em Santa Catarina, o grupo também marca presença com a Arena Opus, em São José. A antiga Arena Petry, que se transformou em Hard Rock Live Florianópolis, foi comprada pela empresa em junho deste ano.

Antes disso, o empresário teve a própria carreira artística como cantor. Em um canal no YouTube, Matheus compartilhava suas músicas, uma delas com mais de 65 mil visualizações em parceria com Jonathan Corrêa.

Matheus administra a carreira de Alexandre Pires, que também é investigado na operação da Polícia Federal, e uma das atrações confirmadas na programação do Réveillon de Florianópolis.

A Opus Entretenimento se posicionou sobre o ocorrido em nota. Confira na íntegra:

“COMUNICADO

A Opus Entretenimento, presente há 47 anos no mercado de eventos, fomentando há décadas a cultura e o entretenimento no país, vem a público informar que desconhece qualquer atividade ilegal supostamente relacionada a colaboradores e parceiros da empresa.

Em relação a Alexandre Pires, uma das grandes referências da música brasileira, a Opus, responsável pela gestão de sua carreira, manifesta sua solidariedade ao artista, confiando em sua idoneidade e no completo esclarecimento dos fatos.

A Opus mantém o seu compromisso de promover a cultura e levar o entretenimento ao público brasileiro.”

A reportagem tentou contato com Matheus Possebon, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto.

Operação contra Alexandre Pires e empresário mira garimpo ilegal

O cantor Alexandre Pires e seu empresário, Matheus Possebon, são investigados pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento com o garimpo ilegal em terras indígenas. Endereços ligados ao artista e ao agente foram alvo de buscas nesta segunda-feira (4), na Operação Disco de Ouro. Um dos endereços listados fica em Itapema, no Litoral Norte de Santa Catarina.

Alexandre Pires teria recebido, segundo apuração, pelo menos R$ 1 milhão de uma mineradora investigada. Já o empresário é suspeito de financiar o garimpo na Terra Indígena Yanomami. Possebon seria um dos “responsáveis pelo núcleo financeiro dos crimes”, aponta a PF.

Alexandre Pires é alvo de investigação da Polícia Federal – Foto: Facebook/Divulgação/ND

A investigação foi aberta depois que a Polícia Federal apreendeu, em janeiro de 2022, quase 30 toneladas de cassiterita extraída ilegalmente da sede de uma das empresas suspeitas. O carregamento seria enviado ao exterior.

A PF afirma que os investigados teriam montado um esquema para dar aparência de legalidade ao garimpo. A cassiterita seria extraída no território yanomami, em Roraima, mas declarada no papel como originária do rio Tapajós.

Ao longo do inquérito, a Polícia Federal identificou uma rede de pessoas e empresas envolvidas na operacionalização das fraudes.

“Foram identificadas transações financeiras que relacionariam toda a cadeia produtiva do esquema, com a presença de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração e laranjas para encobrir movimentações fraudulentas”, diz o comunicado divulgado pela PF.

Os policiais cumpriram nesta segunda dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão em Boa Vista (RR), Mucajaí (RR), São Paulo (SP), Santos (SP), Santarém (PA), Uberlândia (MG) e Itapema.

A Justiça Federal também autorizou o bloqueio de até R$ 130 milhões em bens dos investigados. A próxima etapa da investigação será analisar o material apreendido na operação.

Já nesta terça-feira (5), Alexandre Pires apagou o nome de Matheus Possebon das redes sociais após a prisão preventiva do executivo. O nome do empresário estava na biografia do cantor no Instagram, acompanhado de outras informações.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.