Florianópolis adota 2 medidas para reduzir chegada em massa de pessoas em situação de rua

Não é um tema novo e tampouco exclusivo de Florianópolis. A verdade é que o aumento do número de pessoas em situação de rua, na Capital, tem se mostrado cada vez menos uma coincidência.

Aumento do número de moradores de rua tem, em Florianópolis, chamado a atenção das autoridades – Foto: Diorgenes Pandini/Arquivo/Especial ND

A coluna Bom Dia publicou na segunda-feira (4) uma denúncia de que um casal em situação de rua, ao chegar em São José, teria sido supostamente encaminhado até Florianópolis.

O MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), por meio da 30ª Promotoria da Capital, notificou a prefeitura de São José que precisa prestar esclarecimentos em um prazo de cinco dias.

O caso é mais um dentro de uma investigação do Ministério Público que, há três meses, aos cuidados de Daniel Paladino, apura o encaminhamento de pessoas em situação de rua até Florianópolis.

O caso citado em São José foi mais um e se juntou a outro episódio de grande repercussão, há dez dias, quando um homem foi encontrado sob um deck, na Beira-Mar Norte, e admitiu que recebeu dinheiro para pagar a passagem de Criciúma até à Capital.

Fiscalização e conscientização

A partir dessas investigações uma força-tarefa foi montada envolvendo Guarda Municipal de Florianópolis, Polícia Rodoviária Estadual e Polícia Rodoviária Federal para que a fiscalização em ônibus e vans seja acentuada.

Uma denúncia, ainda não confirmada pelos órgãos competentes, indica que coletivos têm deixado pessoas em situação de rua nas imediações do Clube 12 de Agosto, na avenida Hercílio Luz, no Centro da capital.

Outro ponto de “desembarque” que é apurado pelas autoridades fica sob a Via Expressa, no limite entre São José e Florianópolis, na chamada “Faixa de Gaza”.

Outra deliberação estabelecida passa por um processo de conscientização da população. “Não dê esmolas. Oriente”. A campanha está prevista para iniciar na próxima semana, em Florianópolis, e prevê a distribuição de 200 mil folders entre semáforos, centro da cidade, terminais de integração e até condomínios.

Censo

A Prefeitura de Florianópolis concluiu seu censo, programa lançado em outubro com o objetivo de, justamente, mapear e identificar todos os moradores em situação de rua que vivem em Florianópolis, atualmente.

O prefeito Topázio Neto (PSD), em entrevista concedida ao repórter da NDTV Arliss Amaro, admitiu que o município já tem toda essa identificação, mas voltou a lembrar o prejuízo que a esmola pode gerar.

“A questão da esmola é fundamental. Cada um tem seu coração e sabe o que faz com seu dinheiro. Aqueles que dão esmola eu respeito, apesar de não concordar. Dar esmola não tira ninguém da situação. Uma pessoa em situação de rua chega a receber R$ 250 por dia. A realidade é que esse dinheiro é usado para outros fins e não para mudar sua natureza e sua situação”, observou o chefe do Executivo.

 

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