Indignados, advogados protestam contra STF

O Conselho Federal da OAB omitiu-se nos últimos meses e anos diante de sucessivas restrições ao exercício da advocacia, respeito aos direitos da cidadania e, sobretudo, práticas inconstitucionais de ministros do Supremo Tribunal Federal. Mas os advogados de todo o Brasil romperam o silêncio durante a 24ª. Conferência Nacional da Advocacia Brasileira, que se realiza em Belo Horizonte.

Vocalizou a indignação dos advogados o presidente da Seccional de Minas Gerais, Sérgio Leonardo, o anfitrião do evento. E falou alto na presença de ministros do STF e de altas autoridades.

Mais forte e significativo: diante das reações entusiásticas de parcela majoritária dos milhares de advogados presentes, o orador elevava o tom do discurso, numa intensidade crescente que contaminava o público.

Proclamou textualmente: “Que nossa vozes sejam ouvidas em todos os cantos do Brasil. Nós somos os porta-vozes da cidadania. A advocacia merece respeito. A advocacia não é profissão de covardes, como pontuava  Sobral Pinto. Dizemos alto e bom som: os excessos que vem sendo praticados por magistrados dos tribunais superiores nos causam indignação e veemente repulsa. Nossa voz não será calada. Não podemos admitir que advogados não tenham acesso integral aos processos.”

24ª. Conferência Nacional da Advocacia Brasileira – Foto: OAB/MG

O presidente do Supremo, Luiz Roberto Barroso, no centro da mesa das autoridades, baixou a cabeça e escondeu o rosto com a mão. E mais tarde prometeu aos líderes da OAB nacional mudança no regimento do Supremo para garantir nas ações penais julgamentos presenciais com sustentação oral dos advogados.

Participando também da mesa de honra, o catarinense Rafael Horn, vice-presidente do Conselho Federal,  incorporou-se à vibração da plateia e com o discurso do presidente, levantou-se e também o aplaudiu.

Finalmente, acende-se uma tênue luz na escuridão do Judiciário.

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