Eleições para diretores de escolas em SC exigem participação mínima de votantes aptos; entenda

Em um movimento sem precedentes, alunos, pais e professores estão se mobilizando para as eleições dos PGEs (Planos de Gestão Escolar) e, por consequência, dos diretores das escolas estaduais, que serão realizadas no domingo (3) e segunda-feira (4).

891 escolas da rede estadual de ensino de Santa Catarina (87% do total) elegem nos próximos dias 3 e 4 de dezembro, por votação popular, os PGES (Planos de Gestão Escolar) – diretores das escolas – Foto: Cristiano Andujar/SECOM/ND

Pela primeira vez, o Estado exige uma participação mínima de 50% em cada segmento de votantes, elevando a importância da adesão da comunidade no processo eleitoral.

A deputada estadual Luciane Carminatti, presidente da Comissão da Educação da Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina), exemplifica a nova regra: “Se a escola tiver 200 pais votantes e 101 deles não forem votar, o processo será invalidado”.

Caso isso ocorra, o governador indicará um educador para ocupar a vaga, que poderá morar em outra cidade e desconhecer a realidade daquela unidade educacional. Um cenário que a comunidade busca evitar a todo custo.

“Nós não temos outra alternativa que pedir insistentemente para que todos abracem a democracia. É ir pra escola pra escolher o melhor gestor”, enfatiza Carminatti.

Alunos se mobilizam para as eleições

Vitor Hugo, aluno da Escola de Educação Básica Professora Tânia Mara Farias e Silva Locks, em Biguaçu, reconhece a importância das eleições. “A comunidade escolar precisa ter consciência de que o diretor das escolas deve ser uma pessoa que conheça a comunidade”, enfatiza.

Por isso, Vitor está fazendo uma campanha nas redes sociais e chamando seus colegas para votarem: “Estamos passando de sala em sala conversando com os alunos e conscientizando sobre a importância de todos participarem das eleições”.

Inclusive a própria Secretaria do Estado da Educação ressalta a importância da eleição democrática e enfatiza a importância das pessoas avaliarem as propostas dos PGEs segundo a necessidade de cada unidade educacional.

Chrystian Wilson Pereira, presidente da Comissão Eleitoral do Grupo Escolar Francisco Tolentino, destaca que a votação não é no indivíduo, mas no PGE que melhor atende às necessidades da comunidade escolar.

O PGE é elaborado por cada aspirante a diretor e nada mais é do que um documento que detalha todas as propostas administrativas e pedagógicas que deverão ser executadas na unidade de educação.

Lilian Sandin Boeing, responsável pela coordenação regional de educação na região de Grande Florianópolis, detalha que os interessados elaboram um plano de gestão considerando indicadores, estratégias de alfabetização e ideias para elevar a qualidade da educação.

Este plano é posteriormente examinado por uma comissão regional, que verifica sua conformidade com as normas do edital. Após aprovação, os planos são validados e estão acessíveis para consulta no portal Webgesc.

A escolha dos PGEs é vista pelos educadores como uma grande conquista por envolver a comunidade no planejamento escolar e garantir que os gestores sejam pessoas conhecedoras da realidade dos alunos e das famílias.

Graziela Bernardes Fernandes, secretária da Comissão Eleitoral, reforça a relevância da eleição: “É importante vir votar, saber das propostas do proponente que está concorrendo a direção, para poder depois questionar e poder participar ativamente da vida escolar do filho dele”.

Quando e onde votar

As eleições vão ocorrer em quase todas as unidades escolares do Estado, com exceção das escolas indígenas, de assentamento, quilombolas e no IEE (Instituto Estadual de Educação). Estão homologadas um total de 1.227 PGEs para pleitear a gestão de 891 escolas da rede estadual de ensino.

Os horários de votação são das 8h às 17h no primeiro dia e das 7h às 20h no segundo e poderão votar pais, alunos e profissionais da educação.

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