Inteligência emocional para crianças: professora desenvolve atividade por meio de vocabulário

Escolher as palavras adequadas para expressar sentimentos é uma escolha que deve ser precisa. Seja para compartilhar opiniões ou melhorar relacionamentos, a inteligência emocional é decisiva na formulação de frases e transmissão de sensações, experiência vivenciada no Centro Municipal de Educação Infantil Robson Francisco Lopes com as 25 crianças do maternal, em Navegantes.

Turma participando da confecção do pote da gratidão, item utilizado na atividade de inteligência emocional – Foto: Ana Flávia Gava/Divulgação

A iniciativa foi da professora Ana Flávia Gava, que identificou a importância do vocabulário para os pequenos, apresentando novas possibilidades de diálogos e interações. Mais do que conhecer os novos termos, o momento em grupo foi fundamental para explorar as respostas afetivas, incluindo a gratidão, o amor e até mesmo o medo.

“Apresentei o que é agressividade, o que temos dentro de nós que faz com que tenhamos uma reação diante de qualquer situação adversa. É a agressividade que nos faz tomar atitudes quando estamos em uma situação de emergência. Nossa agressividade nos faz colocar limites pessoais e emocionais em relação ao outro. Precisamos da agressividade para termos atitudes totalmente diferentes da violência, porque não precisamos machucar ninguém, física ou emocionalmente, para conseguir algum resultado”, explica a educadora, que também observou em sala de aula o comportamento e os conflitos entre os pequenos.

Para apresentar outras formas de comunicação às crianças, a abordagem foi estruturada com diversas atividades, incluindo o teatro de fantoches, a expressão das emoções por meio de emojis (confeccionados pela turma) e a criação do pote da gratidão.

“Começaram a entender o que eles queriam agradecer, o que de bom aconteceu naquele dia, para criar essa percepção de que existem muitas coisas boas no nosso dia a dia que passam despercebidas”, comenta a professora, reforçando a importância de ensinar o vocabulário adequado e a forma correta de identificar atitudes.

O aprendizado também foi compartilhado com os pais, já que os pequenos levaram o pote para casa, mantendo a prática de agradecer pelos pequenos momentos, trabalhando a inteligência emocional — os pais gravaram áudios falando sobre a importância dos filhos, experiência que foi compartilhada com toda a turma.

“Não adianta darmos as ferramentas práticas e não darmos essa formação emocional. Somos seres completos, não somos segmentados, então do que adianta tanto conhecimento sem relação interpessoal?”, ressalta Ana.

A tarefa foi importante para ressaltar o papel da educação, mostrando que a convivência com o outro deve ser pautada no respeito e nas experiências, no que pode ser aprendido em conjunto, mesmo com todas as diferenças.

“É preciso que eles tenham autonomia e saibam como agir, então o nosso exemplo é o caminho. Cada vez que eles fazem algo que precisa ser feito de forma diferente, agimos com respeito e com a atitude de dar a eles a possibilidade de fazer diferente”, finaliza a profissional.

O item foi levado para casa; o objetivo foi compartilhar a atividade com os familiares – Foto: Ana Flávia Gava/Divulgação

O que é inteligência emocional?

A inteligência emocional é a capacidade de compreender o mundo por meio de estímulos e sentimentos, compreendendo aquilo que está ao redor e como cada situação é concluída. A habilidade é essencial para lidar com outras pessoas, levando em consideração os desejos e necessidades de cada um. Conhecer as emoções, controlar as reações, ter automotivação, empatia e manter relacionamentos são pilares para quem busca inteligência emocional.