O STF (Supremo Tribunal Federal) concluiu na noite desta sexta-feira (24) o julgamento de Ângelo Sotero Lima, morador de Blumenau, réu pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. O relator, o ministro Alexandre de Moraes, votou pela pena de 17 anos de prisão. O placar terminou em 7 a 3 pela condenação.

Moraes foi seguido integralmente por Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Luiz Fuz e Gilmar Mendes. Cristiano e Edson Fachin também votaram pela condenação, mas com pena de 15 anos. Já André Mendonça, Nunes Marques e Luís Roberto Barroso seguiram pela absolvição.

O que diz a acusação

Ângelo Sotero de Lima chegou na capital no dia 08 de janeiro, onde se juntou aos manifestantes golpistas. Ele esteve no Quartel-General do Exército (QGEx) em Brasília, onde pretendia ficar, pois chegou a levar uma barraca.

Ele aderiu ao grupo que se dirigiu à Praça dos Três Poderes e participou da invasão violenta do Palácio do Planalto.

Há evidências, incluindo fotos e vídeos gravados por ele mesmo, mostrando sua participação ativa nos eventos, incluindo agradecimentos por ter participado de um ato “importante” para o país.

De acordo com a acusação, Ângelo foi à Brasília para participar de atos golpistas com o objetivo de extinguir um governo democraticamente eleito, incluindo a decretação de intervenção militar.

O que diz a defesa de condenado por 8 de janeiro

Em seu interrogatório, Sotero de Lima alegou que sua intenção era apenas conhecer Brasília e participar de uma manifestação pacífica contra a corrupção.

Sotero de Lima foi condenado por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e associação criminosa.

SC já teve dois condenados pelos atos de 8 de janeiro

O blumenauense é o terceiro morador de Santa Catarina condenado pelo 8 de janeiro. Outros dois catarinenses, um de Balneário Camboriú e outro de Joinville, já foram sentenciados pelo STF pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, no dia 23 de outubro.