Câmeras flagram furtos em mansões de Jurerê, em Florianópolis; polícia investiga

Os moradores de Jurerê Internacional, em Florianópolis, relatam insegurança e denunciam uma recente onda de furtos depois do fechamento dos beach clubs da região. A PM (Polícia Militar) nega a relação entre os crimes e a desativação dos estabelecimentos.

Câmeras registraram assaltos em Jurerê

Câmeras registraram assaltos em Jurerê – Foto: REPRODUÇÃO/ND

De acordo com a Associação de Moradores do bairro, a Avante, o fechamento dos locais está ligado diretamente ao impacto da segurança do bairro. Os cinco estabelecimentos envolvidos em uma disputa judicial de quase duas décadas desempenhavam papéis considerados essenciais, incluindo serviços de limpeza e segurança. Com suas estruturas fechadas e partes em ruínas, os moradores estão sofrendo o maior impacto.

Passeando com o animal de estimação perto de onde ficava um dos beach clubs envolvidos no caso, o Ammo, a empresária e moradora Renata Neves, 51 anos, conta que houve grande impacto na região desde que os estabelecimentos precisaram destruir parte de suas áreas pela decisão assinada pelo juiz Marcelo Krás Borges, da 6ª Vara Federal de Florianópolis.

“Depois que eles saíram, ficou tudo degradado e não estamos vendo o poder público suprindo isso. O jardim está alto, as entradas da praia estão alagadas”, diz.

Moradores alegam que beach clubs em Jurerê teriam relação com roubos; PM contesta – Foto: LEO MUNHOZ/ND

Renata também declara que, juntamente com outros moradores, notou aumento de pessoas em situação de rua, que começaram a se instalar nestes estabelecimentos para dormir. “Tinha muitas pessoas usando a parte de baixo do Acqua para começar a dormir lá”.

“Eu, particularmente, não frequentava os beach clubs, mas sou a favor deles no bairro. Além da segurança, eles ajudavam a preservar a beleza e o cuidado com o bairro. Agora, me preocupa muito como vai ser a temporada se não voltarem, porque está tudo largado”.

O presidente da Avante Jurerê, Marcelo Cavaggi, relata que a preocupação com a segurança do bairro aumentou quando os beach clubs precisaram demolir parte de suas estruturas. “Começamos a ficar bem preocupados em meados de novembro, quando teve a decisão da demolição. Isso gerou um efeito danoso muito grande no bairro, mexendo muito com a segurança”, diz.

“Cinco beach clubs abertos, com segurança privada, monitoramento e o próprio movimento de pessoas ajuda o bairro. Ficou uma região da orla abandonada e estão em obras, sendo um ambiente propício para pessoas mal-intencionadas virem para cá. Estamos preocupados e queremos que a polícia, muito solícita, colabore com a gente”, declara.

Sequência de furtos flagrada por câmeras de segurança

Entre os casos registrados, quatro homens agiram em sequência, na madrugada de quinta-feira, passando de casa em casa em duas ruas e furtando o que conseguiam das áreas externas das casas.

As imagens foram registradas por câmeras de monitoramento e já estão com a Polícia Civil, que agora investiga o caso. A primeira ocorrência foi na rua Das Miraguaias, onde eles furtaram um relógio de luxo da marca Rolex. Na segunda ocorrência, três vítimas, moradores de residências distintas, tiveram também itens furtados, segundo registro da Polícia Militar. De uma das casas foram levadas duas bicicletas, uma bicicleta elétrica de outra residência e uma motocicleta de uma terceira casa. O Rolex não foi recuperado, juntamente com uma bicicleta.

Duas das vítimas, o advogado Bruno de Andrade e o empresário Jorge Antônio Júnior, que são vizinhos, relataram como foi a ação.

“Na minha casa, conseguiram deslocar o portal e acessar a casa. Eles levaram uma motocicleta, que depois foi recuperada, mas só isso já causou uma série de transtornos vinculados ao furto. A sensação de insegurança persiste e precisa ter uma soma de esforços de vizinhos e polícia para evitá-los”, frisa Bruno.

“A minha casa foi o segundo imóvel a ser invadido. Pelas imagens, não conseguimos filmar tudo, mas somente a ação final, que nos ajudou a recuperar uma das bicicletas, que desovaram em um terreno baldio próximo à casa”, relata Jorge.

Jurerê teve recentes registros de roubos em casas – Foto: REPRODUÇÃO/ND

Ele conta que o local é usado para esconder os itens, o que evita que os criminosos sejam presos em flagrante.

“Eu moro há oito anos no bairro, um bairro conceito e atrativo para a segurança pública, inclusive. Nunca tivemos nenhuma ação parecida como essa e cobramos das autoridades públicas e dos vizinhos, no sentido de uma maior integração para inibirmos essas ações”, reitera o empresário.

Polícia Civil garante que está apurando os crimes

Em nota, a Polícia Civil informa que está apurando os fatos. De acordo com o delegado Verdi Furlanetto, titular da 7ª DP, já há informações consistentes sobre o caso, mas neste momento não irá se manifestar para não atrapalhar o andamento das investigações.

Já o 21° Batalhão de Polícia Militar informa que a PM sempre realiza rondas preventivas não somente em Jurerê, mas em todos os bairros do Norte da Ilha.

“Em outubro e novembro, tiveram oito ocorrências de furtos e os últimos furtos ocorridos em Jurerê não têm relação com a demolição dos beachs clubs”, diz em nota.

Prefeitura planeja ações de segurança em Jurerê

Conforme o secretário de Segurança Pública de Florianópolis, coronel Araújo Gomes, a prefeitura está atenta ao bairro e já tem ações planejadas.

“O prefeito Topázio Neto determinou para contribuirmos nos aspectos relacionados à desordem na questão dos ambulantes ilegais, da ocupação de espaços públicos pelas pessoas em situação de rua, da iluminação pública e limpeza”, declara.

“Todos são fatores que, mesmo não sendo de policiamento, contribuem bastante para o aumento da segurança e da sensação de segurança”, entende.

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