Manifesto para ‘salvar’ Porto de Itajaí é publicado por entidades do município

Representantes de classe, sindicatos patronais e laboral, do legislativo de Itajaí e do Executivo Estadual publicaram nesta semana um manifesto pedindo alternativas para o funcionamento do Porto de Itajaí. Sem movimentação regular de contêineres há 14 meses, o complexo já definiu sua arrendatária transitória, mas as operações ainda não iniciaram.

Representantes de entidades municipais em reunião que elaborou manifesto por funcionamento do Porto de Itajaí

Representantes de entidades municipais apontaram alternativas para o funcionamento do Porto de Itajaí em manifesto. – Foto: Divulgação/ND

No documento, as entidades fazem uma série de considerações a respeito da licitação atual e apontam “ineficácia”. A Mada Araújo Asset Management foi escolhida em novembro para tocar o terminal pelos próximos dois anos e assinou o contrato em dezembro. A gestão, no entanto, deve começar de fato em maio.

O manifesto, que será enviado ao Ministério de Portos e Aeroportos e à Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), destaca três pontos principais: falta de movimentação de navios de contêineres no Porto de Itajaí, congestionamento enfrentado pelo complexo de Navegantes devido às obras e ineficácia das medidas tomadas no processo licitatório.

“Já se passaram quase 3 meses da divulgação da empresa vencedora do processo licitatório e até o momento, não houve mudanças”, apontou o vereador Beto Cunha (PSDB). “Estamos perdendo muito tempo com esses prazos”, complementou.

Porto de Itajaí, com contêineres em sua baía, durante dia ensolarado

Complexo está sem movimentação de regulares de contêineres há mais de 14 meses. – Foto: Porto de Itajaí/ Reprodução/ ND

O que diz o manifesto pelas atividades no Porto de Itajaí

Três ações foram recomendadas pelos assinantes do documento:

  • Autorizar que outros operadores possam utilizar equipamentos específicos para operar navios nos berços 1 e 2 enquanto a arrendatária atual não inicia suas operações nos berços designados;
  • Caso haja denúncia do contrato com a arrendatária atual, que toda a área do Porto seja considerada pública e aberta para operações portuárias de qualquer tipo de carga ou navio, por Operadores Portuários Pré-Qualificados;
  • Em caso de encerramento do contrato provisório atual ou cancelamento do processo licitatório, que seja disponibilizada a área do Porto como pública até a conclusão de um novo processo licitatório definitivo.

O presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Itajaí, Mario da Silva, ressaltou que o tempo que o Porto de Itajaí fica parado afeta o comércio. “Desde o início dessa situação, os comerciantes relatam queda nas vendas que eram feitas para trabalhadores portuários e seus familiares”, diz.

Porto de Itajaí com navio de cruzeiro atracado em sua baía

Última movimentação intensa no terminal foi no início de 2024, com a chegada de navios de cruzeiros e de carga. – Foto: Porto de Itajaí/Reprodução

“(É) importante a gente entender que o dinheiro deixa de circular em toda a cadeia: padarias, supermercados, estabelecimentos de roupas, calçados, e comércio em geral”, complementou.

Apesar de não ter movimentação regular de contêineres, o Porto de Itajaí registrou intensa atividade no início de 2024. Isso porque o terminal recebeu navios de cruzeiros e de carga geral, totalizando mais de 60 mil toneladas de itens descarregados.

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