Polícia Civil investiga imposição de condição análoga à escravidão e agressões a jovem em Penha

A Polícia Civil de Santa Catarina instaurou inquérito para apurar caso onde uma mulher de 19 anos teria sido submetida a condições análogas à escravidão em Penha. A corporação estuda a ocorrência há duas semanas, mas ainda sem conclusões concretas.

Viaturas da Polícia Civil, que podem ser acionadas em denúncias de condições análogas à escravidão

Polícia Civil investiga caso de jovem supostamente imposta a condições análogas à escravidão em Penha. – Foto: Polícia Civil/Divulgação/ND

A denúncia que resultou no inquérito partiu de representante do CMBA (Coletivo de Mulheres do Brasil em Ação) e diz que a jovem estaria sendo agredida pela suspeita do crime e trabalhando forçadamente em residência do município. A guarnição, no entanto, não encontrou evidências para prisão em flagrante.

De acordo com o delegado Ângelo Fragelli, responsável pelo caso, a Polícia Civil prontamente deslocou equipe da delegacia da Comarca de Penha assim que tomou conhecimento do caso. Ao chegar no local, apurou os fatos e levou tanto a jovem quanto a suspeita à delegacia, tomando todos os depoimentos no mesmo dia.

A vítima teria chegado a Santa Catarina por oferta de trabalho e confirmou que foi acolhida pela suspeita. No entanto, passados alguns meses, o comportamento da autora teria se alterado, com brigas e gritos. Uma pessoa teria ouvido ainda um choro de dentro da residência, o que levantou a suspeita de agressões.

Imagem ilustrativa de pessoa com as mãos amarradas

Restrição de liberdade citada em denúncia é uma das condições análogas à escravidão previstas no Código Penal Brasileiro – Foto: Freepik/Reprodução

A denúncia ainda pontua que a jovem teria sido impedida de ter contato com a família. No entanto, de acordo com o delegado, não há evidências no momento de que a vítima teria limitações de ir e vir, podendo, na verdade, deixar a residência a qualquer momento.

Como não houve material para uma detenção imediata, a suspeita está sendo investigada em liberdade. “Desde o primeiro momento, a questão não ficou clara. Por isso, não foi realizada prisão em flagrante. [Há] versões muito conflitantes”, ressalta Fragelli sobre os depoimentos.

O inquérito de condições análogas à escravidão foi instaurado para dar capitulação aos fatos, explicou o delegado. O crime não está descartado, mesmo que não tenha sido flagrado no deslocamento inicial da Polícia Civil.

Viatura da Polícia Civil, com destaque para parte dianteira do carro

Polícia Civil pode ser procurada para denúncias de trabalho escravo – Foto: PCSC/Divulgação/ND

Condições análogas à escravidão são previstas no Código Penal Brasileiro e podem ser denunciadas

O artigo 149 do Código Penal Brasileiro descreve quais elementos caracterizam as condições análogas à escravidão. Esses fatores seriam a submissão de trabalhos forçados ou jornadas exaustivas, bem como condições degradantes de trabalho e restrição de locomoção.

Diversas prefeituras disponibilizam espaços para denúncia de trabalho escravo, e o Governo Federal tem o Sistema Ipê, próprio para esse procedimento e com anonimato. Em Santa Catarina, a recomendação é entrar em contato com as polícias Civil e Militar.

 

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