Polícia Federal prende homem por guardar pornografia infantil em SC

A Polícia Federal realizou, nesta quinta-feira (7), uma operação para combater crimes relacionados a divulgação e compartilhamento de material de abuso sexual infantojuvenil pela internet na região Oeste de Santa Catarina. Um homem foi preso em flagrante em Xanxerê/SC, por possuir e compartilhar esse tipo de material.

Agentes da PF prendendo o homem que guardava pornografia infantil em SC

Polícia Federal prende homem por guardar pornografia infantil em Santa Catarina — Foto: PF/Divulgação/ND

A operação, batizada de Praesidium, foi criada a partir do trabalho da Força-Tarefa de Identificação de Vítimas, que emprega técnicas de investigação cibernética para rastrear os criminosos. A PF conseguiu identificar o suspeito e o local de onde o crime estava sendo praticado.

Durante as buscas, os policiais da delegacia de Chapecó apreenderam equipamentos de informática, celulares e mídias de armazenamento. Em análise preliminar no local, foram encontradas imagens e vídeos contendo as cenas de pornografia infantil.

O suspeito foi preso em flagrante e responderá pelo crime de distribuição de material pornográfico infanto-juvenil e outros elencados no Estatuto da Criança e do Adolescente. Ele foi encaminhado ao Presídio Regional de Xanxerê, onde permanecerá à disposição da Justiça.

Senado aprova projeto sobre pornografia infantil

Projeto que aumenta a pena de 5 para 8 anos de prisão, mais multa, para quem registrar, vender e expor pornografia infantil foi aprovado nesta quarta-feira (6) pela Comissão Comunicação e Direito Digital. O texto, que também inclui a internet entre os possíveis meios de aliciamento, assédio, instigação ou constrangimento de crianças para atos sexuais, seguiu para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Flávio Bolsonaro — Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil/Divulgação/ND

Do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o PL 830/2022 recebeu parecer favorável do relator, senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS). Os crimes já são previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que pelo projeto é alterado para determinar penas maiores.

Segundo Flávio Bolsonaro, o objetivo é aumentar as penas de modo a impedir que condenados por crimes relacionados a pornografia infantil iniciem o cumprimento das sentenças em regime aberto. Esse regime pode ser aplicado as pessoas não reincidentes, cuja pena não exceda 4 anos, e deve ser cumprido em casa de albergado ou na própria residência, com obrigação de trabalhar e se recolher no período noturno e dias de folga.

“Estamos caminhando no rumo esperado pela nossa sociedade. Pedofilia não é doença. Pedofilia é crime, e dos mais abomináveis. E é nossa responsabilidade adicionar na legislação penal penalidades mais duras”, disse o senador.

O presidente da CCDD, senador Eduardo Gomes (PL-TO), elogiou a medida, ressaltando que “não há quem não conheça um caso de crime cometido via internet”.

Penalidade

De acordo com o projeto, as penas para quem produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar cena de sexo envolvendo criança, ou adolescente passam dos atuais 4 a 5 anos de reclusão e multa para 5 a 8 anos de reclusão e multa. O mesmo vale para quem vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo com criança ou adolescente.

O crime de oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo com criança ou adolescente terá pena aumentada de 3 a 6 anos de reclusão e multa para reclusão de 4 a 6 anos de reclusão e multa.

Já adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, cena de sexo com criança ou adolescente terá pena aumentada de 1 a 4 anos de reclusão e multa para 2 a 5 anos de reclusão e multa.

Também há elevação da pena para quem simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual, que passa de 1 a 3 anos de reclusão e multa para 2 a 4 anos de reclusão e multa.

Além de incluir a internet entre os meios utilizados para aliciar, instigar ou constranger criança e adolescente a praticar ato libidinoso, o projeto também aumenta a pena para essa conduta, que vai de 1 a 3 anos de reclusão e multa para 2 a 4 anos de reclusão e multa.

Quem se utilizar de perfil em rede social para interagir com a vítima ou submeter a criança a abuso psicológico terá sua pena aumentada de um a dois terços.

Crimes na intenet

Flávio Bolsonaro cita levantamento feito pela Safernet Brasil, segundo o qual nos primeiros quatro meses de 2021 houve aumento de 33,45% nas denúncias envolvendo pornografia infantil na internet. No período, 15.856 páginas foram denunciadas por envolvimento com pornografia infantil, das quais 7.248 foram removidas por indício de crime.

Segundo ele, a plataforma TikTok, por exemplo, que já ultrapassou a marca de 1,5 bilhão de usuários, passou a ser usado por assediadores. “É evidente que precisamos criar barreiras nestes meios para protegermos nossas crianças”, afirma o senador na justificativa.

Hamilton Mourão ressalta que a internet e as redes sociais, embora tenham trazido benefícios para a sociedade, deixaram o público infanto-juvenil mais vulnerável a uma série de novas ameaças.

— É oportuno o projeto, que busca atuação mais vigorosa do aparelho repressivo do Estado contra aqueles que se usam das novas tecnologias para constranger, abusar e explorar sexualmente crianças e adolescentes — considerou Mourão. *Fonte: Agência Senado

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