Sonho de infância, quase falência e ascensão: conheça a história dos 100 anos da Disney

Seja com o Mickey Mouse ou acompanhando uma das diversas animações da Disney, é fato que as histórias da companhia pavimentaram a estrada do cinema de animação, criando um legado atemporal.

Walt Disney não desistiu do sonho de infância, criando personagens que ficaram marcados na história da animação

Walt Disney não desistiu do sonho de infância, criando personagens que ficaram marcados na história da animação – Foto: Divulgação/its Teens

Há 100 anos, o então desenhista iniciante Walt Disney deu início a uma companhia que hoje é conhecida no mundo todo. Foi com uma série de 56 desenhos animados, intitulada “Alice Comedies”, que o norte-americano inaugurou a Disney Brothers Cartoon Studio, atual Walt Disney Company.

Após uma infância conturbada, persistiu na paixão por desenhar e viu seu império crescer, mesmo diante de altos e baixos.

Os primeiros personagens da Disney

Ao contrário do que muitos pensam, o primeiro personagem original criado por Walt não foi o Mickey Mouse. Antes do camundongo mais famoso do mundo vieram um gato, chamado Julius, e um coelho, de nome Oswald.

Julius foi um dos primeiros personagens de destaque em seus projetos, no começo da década de 1920. Já Oswald protagonizou 26 desenhos lançados em 1927 e 1928.

Os direitos sobre o personagem, porém, pertenciam ao estúdio Universal. Foi então que Walt decidiu criar um novo personagem. A estreia oficial de Mickey foi em 1928, em um curta de sete minutos chamado “O Vapor Willie”.

Exibido em um cinema de Nova York antes do filme independente “Rivais no Crime”, foi o primeiro desenho animado com som sincronizado. O simpático camundongo, entretanto, já havia feito parte do curta “O Avião do Mickey”, até então inédito para o grande público.

Longa-metragem de estreia

“Branca de Neve e os Sete Anões” é uma das criações mais famosas da Disney; a história ganhará uma nova versão em live action, programada para 2025

“Branca de Neve e os Sete Anões” é uma das criações mais famosas da Disney; a história ganhará uma nova versão em live action, programada para 2025 – Foto: Divulgação/its Teens

Após anos aperfeiçoando sua arte em curtas preto-e-branco, Walt decidiu produzir seu primeiro longa-metragem. Em 1937, estreou o impecável e colorido filme “Branca de Neve e os Sete Anões”.

A produção, desacreditada por muitos nos bastidores, começou três anos antes. Com 83 minutos de duração, foi aclamada pelo público e crítica, garantindo sucesso comercial e a chance de Walt sair das dívidas e produzir mais aventuras.

Ele comprou um novo estúdio, uma nova casa e decidiu focar em longas-metragens. Entre 1940 e 1942, o artista encabeçou “Pinóquio”, “Fantasia”, “Meu Amigo, o Dragão”, “Dumbo” e “Bambi”.

O sucesso, contudo, não foi como o esperado. Logo vieram mais dificuldades e a beira da falência.

Fascinado por histórias de contos de fadas, Walt viu o cenário florescer novamente na década seguinte, dando vida aos clássicos “Cinderela” (1950), “Alice no País das Maravilhas” (1951), “Peter Pan” (1953), “A Dama e o Vagabundo” (1955) e “A Bela Adormecida” (1959).

O lugar mais feliz da Terra

A ideia de criar um parque de diversões para toda a família surgiu quando Walt Disney estava cercado de dívidas. Com o apoio de investidores, a companhia se expandiu para um novo mercado.

Hoje há 12 parques temáticos da Disney pelo mundo, incluindo seis unidades da Disneyland.

A primeira foi inaugurada na Califórnia, nos Estados Unidos, em julho de 1955. Apesar de uma abertura tomada por deslizes, a empreitada se mostrou gloriosa já no primeiro ano.

Com brinquedos para crianças e adultos, desfiles, restaurantes e personagens do estúdio andando livremente, a Disneyland é conhecida como “o lugar mais feliz da Terra” e é destino certo para turistas do mundo todo.

Trevas e renascimento

A morte de Walt Disney, em 1966, foi o começo do período conhecido como a “era das trevas” do estúdio, que seguiu lançando animações e se deparou com fracassos nas bilheterias.

O sol só voltou a raiar no fim dos anos 1980, quando “A Pequena Sereia” chegou aos cinemas e marcou o começo do “renascimento” da Disney.

“A Bela e a Fera”, “Aladdin” e “O Rei Leão”, nos anos seguintes, fortaleceram o estúdio para uma nova geração. Os anos 1990 vieram com continuações para os clássicos, lançadas direto em fitas de vídeo.

A chama permaneceu acesa nas décadas seguintes, com longas criativos, como “Lilo & Stitch” (2002), e com o primeiro filme de animação 3D do estúdio, “O Galinho Chicken Little” (2005). A decisão de abandonar o estilo de animação tradicional se concretizou com o lançamento de “A Princesa e o Sapo”, em 2009.

Sucessos como “Frozen: Uma Aventura Congelante” (2013) e “Encanto” (2021) provam que os filmes originais continuam a todo vapor, deixando de lado as histórias focadas apenas em paixões platônicas ou donzelas em perigo.

Os temas se expandiram, o ritmo se intensificou e o estúdio abraçou as mudanças desse novo tempo.

Cada vez maior

O poder atual da Disney é descomunal. Em 2009, após o bem-sucedido início do Universo Cinematográfico da Marvel, com “Homem de Ferro”, a companhia adquiriu a Marvel Studios.

Isso permitiu, na década seguinte, ampliar e lucrar com a franquia de super-heróis no cinema. Em 2012, a empresa também comprou a Lucasfilm, incorporando ao seu guarda-chuva franquias como Star Wars e Indiana Jones.

Já a compra do estúdio 20th Century Fox, um dos maiores de Hollywood, ocorreu em 2019, o que garantiu à Disney o controle de séries como “Os Simpsons” e filmes como “Avatar”.

Todo mundo junto!

Em comemoração ao aniversário de 100 anos, a Disney Animation lançou um curta-metragem que reúne centenas de seus personagens.

Intitulado “Era uma vez um estúdio”, ele mostra figuras das mais variadas histórias se reunindo para tirar uma foto memorável.

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